Férias é sempre aquele tempo extraordinário para pôr o cinema em dia. Mais uma vez, foi isso que aconteceu, e queria partilhar o melhor do que vi.
Nos melhores apresento 12 Angry Men (1957) com Henry Fonda no principal papel. Um jovem é acusado de homicídio e 11 dos 12 jurados acham-no culpado. Todo o filme é passado numa única sala, e gira em torno de Henry Fonda a tentar convencer os seus pares de que o jovem pode ser considerado inocente até que se prove o contrário, e que todos os indícios são inconclusivos. O filme espelha bem a máxima americana do reasonable doubt na barra dos tribunais e mostra como as vivências de cada pessoa alteram os seus juízos de valor.
No outro lado dos classificados com 9 em 10, recomendo It's a Wonderful Life (1946) com o clássico James Stewart no principal papel. Retrata a história de um bom homem frustado com a vida, que pensa no suicídio, a quem o céu decide enviar um anjo para o salvar e que lhe mostra o quanto a sua vida tem sido importante para os que o rodeiam. É o mágico clássico natalício, e mais não digo para não fazer spoilers e manter a magia intacta para vossa 1ª visualização.
Depois, decidi ver o Batman original e gostei, apesar de nem tanto como os do Nolan. Num pulo, fui logo buscar outro do Tim Burton e deliciei-me com o Big Fish (2003), que é sem dúvida um filme fabuloso e comovente.
Na onda dos westerns, fica a recomendação para o Once Upon a Time in the West (1968) do mítico Sergio Leone, mais uma vez, com Henry Fonda.
Numa incursão pelo cinema europeu, apostei na French New Wave, nome dado ao cinema francês dos anos 60 e 70. Comecei com o realizador Jean-Luc Godard e não podia ter feito melhor. No seu bom reportório, encontram-se obras de diferentes estilos, e bastante atractivos ao cinéfilo comum, que não costuma ver cinema de fora dos EUA. Bande à Part (1964) foi o meu primeiro, e de facto, tem aquela magia parisiense. Tal como Woody Allen tem como musa Scarlett Johansson, Godard tinha Anna Karina, que entra em vários filmes seus, e demonstra ser uma actriz bastante capaz e muito expressiva. Do mesmo realizador, recomendo também Alphaville (1965) passado numa cidade governada de forma fascista e tirânica onde as pessoas já não sabem o que é o amor, e Pierrot le Fou (1965), com Anna Karina e Jean-Paul Belmondo, sempre em fuga e levando uma vida boémia.
Também francês, temos La Grande Illusion (1937) de Jean Renoir. Passa-se na Primeira Guerra Mundial, e mostra a amizade entre soldados franceses capturados pelos alemães e o cavalheirismo entre militares mesmo de facções opostas, vivido naquela época, bem como uma fuga audaciosa.
Depois, numa antevisão da futura estreia de The Great Gatsby em 2013 com Leonardo DiCaprio, decidi ver a versão de 1974, com o Robert Redford. O filme é bom, mas vale mais pela história, que é uma adaptação directa da obra de F. Scott Fitzgerald, do que pelo filme em si. É por muitos considerada uma das melhores obras do século XX. Fica a recomendação de leitura!
Com a letra ‘D’, esta semana recomendo Dances with Wolves (1990) dirigido por Kevin Costner, que é também o actor principal. Ele é um oficial americano que escolhe servir num posto avançado, na fronteira, onde se acaba por tornar amigo dos índios nativos. Como runners-up, Dead Poets Society (1989) pela filosofia, Dirty Harry (1971) pela interpretação do Clint, Dr. No (1962) por ser a primeira aparição do agente James Bond e Drive (2011) pelo impacto visual e sonoro.
12 Angry Men, It´s a Wonderful Life, Alphaville e La Grand Illusion são grandes escolhas. Assim como todos os filmes de Godard, Capra e Renoir. O Once Upon a Time in the West é um filme de uma vida, pessoalmente é um dos meus filmes preferidos de sempre.
ResponderEliminarGrandes férias que tiveste, continua com esse espírito que tanto te desenvolve como influencia os leitores deste espaço, que a propósito é muito bom.
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
Muito obrigado pelo teu comentário. Gosto em ver-te por cá.
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