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sábado, 23 de junho de 2012

Educação - esta remota pegada humana

por Sara M. Garcia

Nesta primeira dissertação sobre a Educação gostaria de demarcar duas linhas orientadoras: a primeira tem que ver com o facto de ser mera aspirante a Professora Primária e, por conseguinte, aluna do 2º ano de Licenciatura em Educação Básica e a segunda, com a infinitude da própria temática e demais mundos que nela estão envolvidos. Assim, tudo o que disser ficará aquém, pois reconheço que pela e na Educação haverão sempre “mais coisas entre o céu e a terra” do que supõem os meus tenros pensamentos.
Saboreio, assim, a génese do conceito – “Educação”.

Ela é matéria efervescente, longa caminhada, móbil de superação do Homem, bebedouro dos nossos anseios, rumo a um caminho ascendente de realização individual. Ela é isto: satélite de conhecimentos, ensinamentos, desafios, aprendizagens, gerador de relações humanas que na diversidade buscam a unidade, um Universo contemplado pelas diferentes áreas do saber. Ela surge num processo de continuidade, de condução do ser humano nas diversas etapas da Vida.
É pela Educação que nos tornámos Homens. Abdicamos de um estado de ignorância, problematizando, isto é, Aprendendo; Desaprendendo e Reaprendendo - na eterna sede de infinito de nos compreendermos, de percepcionarmos o mundo e tudo o que nele existe, de convivermos com o Outro, de sermos e agirmos, conscientes, entre o “tudo” e o “nada”.

Neste sentido, a Educação tem que ver com todos os campos da existência humana, enquanto processo de rentabilização e gestão de todas as coisas do Universo, proporcionando ao Homem o desenvolvimento de todas as suas capacidades, nas diversas dimensões que o compõem. Pela Educação acreditamos ser possível mudar o Mundo, num progressivo domínio sustentável, equilibrado e saudável do próprio Ensino, algo cada vez menos exequível, nos tempos que correm, entre os agentes escolares: Alunos, Professores, Pais e Encarregados de Educação e demais comunidade (escolar e não só) envolvente.

Assim, numa sociedade acrítica, de escassas atitudes de descoberta, de jovens asfixiados pela falta de oportunidades, de zonas instáveis e cinzentas de formação, apela-se a que haja uma revitalização da Educação, algo que só será possível com o esforço de cada um de nós, enquanto “Projectos de Vida” que acreditam na construção de um Sistema Educativo, ainda que feito de oscilações, capaz de responder às necessidades dos seus elementos constituintes. Ainda que possa parecer obra inatingível e longínqua, ainda que deambulem, por aí, currículos desigualitários, ainda que bailem entre mãos governantes as indecisões dos decretos de leis, ainda que se assistem a disciplinas fantasmas, escapando aos objectivos, ainda que faltem orientações, alunos motivados e bem-comportados, infra-estruturas, recursos humanos competentes, um sistema de diferenciação pedagógica… O que não nos pode faltar é a procura de novos sentidos, a iniciativa, a emergência de procurarmos novos métodos, o ajustamento do que temos e a capacidade de vermos no futuro a semente de uma Educação renascida, de retorno a si própria, à sua verdadeira essência, talvez “[…] a garantia de uma acção formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade.” (Lei de Bases do Sistema Educativo, Artigo 1º, 2005).


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