Mesmo para quem não é um cidadão americano, o dia 4 de Julho é conhecido por ser o dia da independência dos Estados Unidos da América. E qual a ligação disto com os Açores?
No ano de 1876, no centenário desta data, os Estados Unidos da América fizeram uma grande celebração, uma Exposição Universal em Filadélfia, onde participantes de todo o mundo estiveram presentes no grande sucesso que foi este evento. Era uma oportunidade para mostrar ao mundo a grandeza americana, os seus avanços tecnológicos e o superar das outras nações em várias áreas. Dentro dos participantes encontrava-se Portugal, um país pequeno, por vezes até confundido como uma simples extensão da Espanha. E na participação portuguesa encontravam-se os Açores, ilhas pequenas mas grandiosas, que muito naturalmente seriam desconhecidas dos visitantes da grande Exposição Universal de Filadélfia.
A participação de Portugal, apesar de atribulada e por vezes confusa, foi um sucesso, sendo extremamente completa, uma boa representação do que era o país na sua essência. Assim que os produtos portugueses eram expostos, rapidamente eram vendidos, eram apreciados pela sua qualidade e por serem desconhecidos em terras americanas. Desde algodão, linho e lã, passando pelas louças de barro, flores artificiais, trajes tradicionais, a comissão de júris da exposição ficou bem impressionado com a variedade de produtos portugueses, bem como pela sua qualidade.
Outro motivo de orgulho foi ter não um, mas dois portugueses, Batalha Reis e Rodrigues Vasconcelos, empregados do governo e que ajudaram na organização do espaço português, nomeados para serem membros da comissão de júri de prémios. Não só pelos seus produtos, Portugal teve reconhecimento também pelos seus homens trabalhadores e capazes.
Por entre muitos produtos premiados portugueses, presentes no jornal A Terceira, número 921, datando de 11 de Setembro e no número seguinte, 922, de 18 de Setembro, irei dar, obviamente, destaque aos Açorianos. São eles: William Henry Dabney, Faial, esteiras; Manuel Machado, Faial, objetos de vimes; J. S. Dabney, Faial, esteiras; Guilhermina de Oliveira Pinto, Ponta Delgada, flores de penas; Samuel Willis Dabney, bordados com fio de piteira e de figueira; D. Maria J. de Sousa, Ponta Delgada, flores artificiais; Lima e Carvalho, Faial, chapéus de palha; William Dabney, Açores, linho.
Açores, uma terra pequena, especialmente quando comparada com uma como os Estados Unidos da América, mas sem dúvida grande em empreendedorismo e qualidade. Se no século XIX os açorianos sentiram-se confiantes e orgulhosos para apresentar os seus produtos no estrangeiro, por que não sentimos nós o mesmo no século XXI? Por que temos a mentalidade de que o que é português ou açoriano não presta?
Ao contrário do que se pensa o que é português, açoriano, nacional tem qualidade e é bom, e já há algum tempo.
Não publico bibliografia, pois toda esta informação foi conseguida através da leitura de vários jornais, mas quem se mostrar interessado terei todo o gosto em disponibilizar mais informação que não foi incluída aqui.
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