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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Letra C é letra de Clássicos

por David N.


Falando de clássicos, esta semana a minha sugestão vai para Seven Samurai (1954) de Akira Kurosawa, considerada “a” obra-prima japonesa, e que finalmente vi esta semana, após vários meses a adiá-lo devido à duração (3h30). O enredo centra-se nos habitantes de uma vila japonesa que decide contratar sete samurais para a defender de bandidos que ameaçam pilhá-la para roubar as colheitas. Os samurais ensinam os habitantes a defenderem-se, todos ajudam a fortificar a vila e mais perto do fim do filme, trava-se a batalha decisiva. Todo o filme é bastante poderoso visualmente, em termos fotográficos é apelativo e é bastante sentimental. É impossível não sentir compaixão por aqueles japoneses, que mal têm arroz para comer, esse grãozinho que alimenta o mundo, e que lutam duramente para preservar o fruto do seu trabalho. Altamente recomendável para quem quer expandir os horizontes para além do mundo de Hollywood.


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Com a letra ‘C’, esta semana tenho vários. Parece que é uma letra destinada a clássicos. De forma principal, temos os clássicos Casablanca (1942) e Citizen Kane (1941) que também pertencem ao meu top 5 tal como o Ben-Hur da semana passada. Temos muito a dizer sobre estas duas obras. Casablanca é o eterno filme noir, que imortaliza Humphrey Bogart e Ingrid Bergman e que nos brinda com uma das melhores e mais famosas histórias de amor, e que mostra nem sempre o casal apaixonado tem de acabar junto para se ter um belo final. “We'll Always Have Paris” será sempre uma das frases mais mágicas do cinema. A não perder. No que respeita ao Citizen Kane, conta a história de um homem que mesmo parecendo ter tudo, isso não lhe trará obrigatoriamente felicidade. E sem fazer spoiler, mais não posso revelar, pois tem um grande fim. A par do Casablanca, é considerado por muitos como o melhor filme de sempre. Está em primeiro lugar no Top 100 filmes do American Film Institute (AFI). E é também um dos primeiros filmes a fazer uso de planos de filmagem e enquadramentos cinematográficos diferentes dos tradicionais, fazendo do realizador Orson Welles um dos mais famosos do seu tempo.

Como runners-up recomendo o mágico Cinema Paradiso (1988) para qualquer fã de cinema, pela simplicidade e nostalgia que a personagem principal evoca ao lembrar os tempos de infância, com o seu amigo Alfredo no cinema da cidade. Enquanto ele era uma criança espreitava os filmes por entre as cortinas e via o Alfredo a passar os filmes na cabine e tudo aquilo o fascinava. Após a morte de Alfredo, todas essas lembranças o percorrem, trazendo a magia do cinema ao grande ecrã, para que nós a possamos sentir também.

Apresento também Casino (1995) que para mim, chega a ser melhor que o clássico e muito aclamado Goodfellas (1990), ambos os filmes cheios de mafiosos, dinheiro, corrupção, violência, com Robert De Niro e Joe Pesci no elenco e do mesmo realizador, Martin Scorsese. Em Casino, De Niro é um apostador que é contratado pela máfia de Chicago para controlar um casino em Las Vegas, o Tangiers. Como curiosidade, na altura o filme tinha o recorde do uso do termo “fuck”, sendo dito 422 vezes, o que dá uma média de 2.4 vezes por minuto. É claramente uma palavra popular entre gangsters.

Numa nota mais inconformada, gostava de referir Cool Hand Luke (1967), um filme bastante interessante que conta a história de um homem que se recusa à vida “tradicional” numa prisão, com uma óptima interpretação de Paul Newman, e que eu sempre recordo como o filme onde um tipo come 50 ovos cozidos numa hora. Impressionante! E depois tem também a mítica frase “What we've got here is a failure to communicate”. Admito que só descobri este filme através de uma referência noutro filme. Em Serendipity (2001), uma das minhas comédias favoritas, a personagem principal lista o Cool Hand Luke como sendo o seu filme favorito e após acabar a comédia, decidi ver este. Engraçada esta sequência de filmes, passando de uma comédia para um filme num tom mais dramático que nunca tinha antes ouvido falar, só porque uma personagem de um filme vê um poster à entrada de um cinema e decide comentá-lo com a amiga.

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