Um guia para a Britcom

 por Jorge Diniz

Todos nós gostamos de rir. Quem não gosta que pare de ler este texto e continue a ver o Dancing Days.

E se é para rir não há nada melhor que o humor britânico. Sendo assim, vou-vos introduzir à melhor comédia que se faz na televisão e apresentar-vos várias das pessoas e séries consideradas must: A Britcom (British comedy).

Começo pelos revolucionários Monty Python (John Cleese, Terry Jones, Terry Gilliam, Graham Chapman, Eric Idle e Michael Palin). Criaram uma das séries com o conteúdo mais non-sense e surreal composta por sketches aleatórios que acabavam sempre com um corte rápido para outra cena ou com a  introdução de um novo evento sem qualquer relação com o anterior. Uma série com 45 episódios que faz parte de qualquer prateleira de alguém com bom humor. Deixo aqui um dos sketches mais conhecidos.

Rowan Atkinson é um actor raro e todos nós o conhecemos como Mr Bean. Esta série, criada por ele próprio e o argumentista e seu amigo Richard Curtis, conquistou o mundo com um personagem que nunca (ou raramente) falou revelando um caso único de sucesso mundial. No entanto, Atkinson protagonizou Blackadder numa série homónima mais inteligente e que é de facto um must. São quatro séries (ou temporadas...) cada uma passada em diferentes épocas marcantes da história inglesa, com o elenco brilhante (Miranda Richardson, Stephen Fry, Hugh Laurie) com muita sátira e humor negro à mistura.

Vic Reeves e Bob Mortimer, David Walliams e Matt Lucas, Noel Fielding e Julian Barratt são das duplas que mais aprecio na britcom, todos pela sua bizarria e estilos totalmente ímpares. Fazem humor à maneira deles recorrendo essencialmente ao humor extravagante com recursos à caracterização e a construção de personagens excêntricas. Destaco The Smell of Reeves and Mortimer e Catterick de Reeves e Mortimer;  Little Britain e Come Fly with Me de Walliams e Lucas e o The Mighty Boosh de Fielding e Barratt.

Outra dupla que marcou o humor britânico foi Ricky Gervais e Stephen Merchant com a criação de The Office, uma série ao estilo de documentário que se passa num escritório de uma empresa de papel. A dupla misturou o drama que envolto na comédia acabou por criar um novo género, tendo sido por isso adaptada para várias línguas, como o francês e russo. Para ver da mesma dupla, Extras.

E se o humor britanico vive do humor negro a equipa que criou a League of Gentlemens é a grande culpada. Steve Pemberton, Mark Gatiss, Reece Shearsmith e Jeremy Dyson conceberam um mundo totalmente perverso, louco, surreal e muito, muito negro usando sobretudo a pantomina dando origem a uma das melhores coisas feitas para a televisão nos últimos tempos. Deixo uma amostra porque explicar é quase impossível.

É dificil condensar um mundo como este num texto de uma página, no entanto há algumas obras que não posso deixar de referir para que o leitor tenha oportunidade de a ver. As já referidas são obrigatórias, no entanto, não se deve deixar escapar nenhuma das seguintes:

-       Allo Allo (uma comédia de confusões passada durante a 2ª grande Guerra)

-       The IT Crowd (são 4 temporadas que contam os imprevistos de dois geeks informáticos)

-       Absolutley Fabulous (duas amigas vivem a sua vida de jet-set)

-       Spaced (as primeiras aparições de Simon Pegg foram nesta série que já é considerada de culto)

-       Snuff Box (com muito humor negro e dois actores fantásticos: Matt Berry e Rich Fulcher)

-       Fawlty Towers (depois dos Monty Python, John Cleese juntou-se à sua mulher e “construíram” um hotel onde não mora o descanso)

-        Peep Show ( Robert Webb e David Mitchel, tal como Gervais e Merchant criaram um estilo diferente do habitual nesta comédia entre amigos)

-       Benny Hill (todo o trabalho dele deve ser reconhecido)

Com o recurso à internet já nada é impossível e, como tal, sugeria para os tempos mortos a visualização destas (poucas) produções que aqui falei. Aproveitem, já que rir é o melhor remédio.